Recentemente, ouvi uma entrevista em podcast com Colin Follenweider, um dos maiores dublês profissionais de Hollywood que participou de muitos filmes de grande sucesso (Homem-Aranha, Transformers, Homem de Ferro, X-Men). Enquanto ouvia Colin falar sobre sua experiência, cheguei à conclusão que as start-ups e os empreendedores têm muito em comum com os dublês.

Imagine esse cenário: se você é um produtor de cinema de grande orçamento e tem um ator muito famoso em seu filme (imagine o Daniel Craig nos filmes do 007 James Bond), e você quer mostrá-lo realizando uma fuga que desafia a morte; você colocaria ele mesmo para fazer a acrobacia e correr o risco de sofrer lesões graves, atrasos ou riscos que comprometeriam todo o empreendimento cinematográfico? Claro que não! Você contrataria um dublê profissional que está disposto a substituir o ator e realizar os movimentos mais arriscados que a estrela de cinema não deseja ou não é capaz de fazer.

Isso é exatamente o que os empreendedores fazem: nós atuamos como substitutos para que as empresas maiores assumam riscos calculados! Imagine uma CEO de uma grande empresa que sabe que precisa fazer alguns movimentos ousados para ficar à frente de sua concorrência, mas ela também sabe que quanto maior a empresa, maior tende a ser o risco. Então, o que a CEO deve fazer? Ela adquire uma start-up ou empresa empreendedora emergente e arriscada e a associa à sua própria para impulsionar seu crescimento. Esse modelo tem se mostrado bem-sucedido em muitos setores de alto crescimento, variando da TI à biotecnologia, criando valor significativo para acionistas em empresas maiores e investidores de risco em empresas menores.

Deve-se observar que os dublês qualificados, por realizarem um serviço valioso para sua indústria, são bem pagos por suas habilidades e são capazes de conquistar um nicho agradável para si mesmos. Porém, se a remuneração não for compatível com os riscos que eles assumem, esses profissionais rapidamente levarão seus talentos e habilidades para outro lugar. Da mesma forma, se start-ups e empreendedores não forem devidamente compensados pelos riscos desproporcionais que assumem, esses empreendedores levarão suas habilidades e interesses para os setores que valorizem suas contribuições.

O guru da gestão Peter Drucker escreveu: “inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente”. Você é um membro do setor ou líder de uma empresa que busca impulsionar a inovação ou o crescimento? Em caso afirmativo, encorajo você a sair e encontrar alguns empreendedores que assumam riscos e investir neles!